domingo, 20 de março de 2011

Flavio Voven - Da Engenharia Para a Jovem Guarda



Flávio Voven foi um jovem cantor do período da Jovem Guarda.
Iniciou sua carreira artística nos programas de Julio Rosemberg, na TV Cultura canal 2 em São Paulo, ao lado de Arturzinho, Djalma Lúcio, Os Caçulas e outros.
Seu maior sucesso foi a música “O Solitário” de Olmir Stocker, mais conhecido como “Alemão”, o mesmo autor de “O Caderninho” gravado por Erasmo Carlos.
Atualmente trabalha como empresário nos ramos da construção civil, hotelaria e agropecuária.


WASHINGTON MORAIS ENTREVISTA FLÁVIO VOVEN

Washington - Flávio conte-nos um pouco sobre sua vida?

Flávio Voven - Meu nome completo é Flávio Vasques de Oliveira.
Nasci no dia 19 de fevereiro de 1945 na cidade de Santos-SP.
Tive uma infância classe-média, não sobrava e nem faltava dinheiro.
Fui filho único até os treze anos. Estudei no Colégio Irmãos Maristas em Santos e em 1965, entrei na faculdade de Medicina em Botucatu.

Washington - E como iniciou sua carreira artística?

Flávio Voven - Na década de 60 houve uma explosão do rock no mundo inteiro e no ano de 1967 eu achei que precisava ganhar algum dinheiro; procurei o Julio Rosemberg em São Paulo e fiz um teste onde fui aprovado para participar de seus programas de televisão.Dias depois, fui contratado pelo Geraldo Alves, que era empresário do Roberto Carlos, e logo em seguida ingressei na gravadora Continental, onde gravei o meu primeiro disco.

Washington-  E como ficaram seus estudos?

Flávio Voven - Tive que parar a faculdade no segundo ano, dado as exigências da carreira e passei muitas dificuldades; fui morar num prédio na Baixada do Glicério, em São Paulo, e pela manhã, antes de ir batalhar a divulgação do meu disco, fazia minha única refeição do dia: um copo de leite com açúcar e um ovo cozido com água quente.
E para não perder a disposição, li um livro me ajudou muito: “Paradoxos” de Max Nordan.

Washington- E como eram seus momentos de lazer?

Flávio Voven- Nas horas de folga ia para Jequitimar, no Guarujá ou para a represa Billings, remar, pescar ou mesmo nadar.E o interessante é que a letra de “O Solitário” retrata bem o meu estado de espírito: (Na imensidão vive assim/Um solitário a vagar/Num horizonte sem fim/Um caminho a buscar/Sempre a cavalgar/O mundo inteiro é seu lar/Sempre a justiça buscar/E apesar de querer/Um alguém para amar/Nunca há de encontrar/Em nenhum instante há de parar/Para sonhar/Só na incerteza do amanhã/Irá viver/Sem tristeza, com certeza/Solitário vai morrer/O mundo inteiro é seu lar/Sempre a justiça a buscar/E apesar de querer/Um alguém para amar/Nunca há de encontrar.)

Washington - E nos anos 70?

Flávio Voven- Fui procurar profissões mais ortodoxas, ingressei na construção civil e trabalhei como construtor até 1979; minha empresa chamava-se Construtora Ventura. Nos anos 80 parti para o ramo da hotelaria, onde tornei-me empresário; em seguida passei a criar cavalos e mais recentemente passei a dedicar-me a pecuária.

Washington - E para finalizar, fale-nos um pouco sobre sua família.

Flávio Voven -  Meu pai era diretor da empresa Telefônica de São Vicente quando comecei minha carreira, e me incentivou muito; depois de abandonar a carreira artística casei-me e tive dois filhos: Leandro (1974) e Conrado(1979); separei-me e hoje levo uma vida dedicada ao trabalho.


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