domingo, 13 de março de 2011

Alice no País da Jovem Guarda


Ela era o que se poderia chamar de criança-prodígio, pois muito cedo começou a se apresentar em programas de televisão, cantando e encantando. Era uma garotinha esperta que logo chamou a atenção dos produtores, daí sua vida tomou um novo rumo e quando percebeu já estava contratada como apresentadora e cantora, na década de 1960. Vamos ver como isto aconteceu em sua vida.


WASHINGTON MORAIS ENTREVISTA ALICE

Washington – Como começou sua carreira?
Alice – Com três anos de idade, eu já cantava em minha cidade natal – Guararapes, no interior de São Paulo; em seguida meus pais vieram morar em Araçatuba.
Continuei apresentando-me em programas infantis nas rádios locais, quando fui observada por um destes chamados “descobridores de talentos” e fui contratada para o Canal 2, da capital, que ainda pertencia às Emissoras Associadas, do Assis Chateaubriand.
Passei a apresentar um programa musical com jovens talentos, chamado “Alice no País da Juventude” nos mesmos moldes do programa “Jovem Guarda”. Isto no ano de 1967.


Washington – E depois o que aconteceu?

Alice O meu produtor que era o Fernando Negreiros, por sinal, um profissional brilhante e incansável, e que nos dava muito apoio, além de ser amigo de todas as horas, transferiu-se para a TV Excelsior, canal 9, e me fez um convite para acompanhá-lo também na outra emissora, o que fiz de bom grado.


Washington – E qual foi o novo desafio a ser enfrentado?

Alice
No ano seguinte, em 1968, através de sua direção passei a apresentar o programa “New Face”, às segundas, quartas e sextas-feiras, no horário das 14hs às 15hs.
Nesta época eu tinha apenas 14 anos de idade, inclusive recebi alguns elogios por ocasião do lançamento do meu novo programa e numa revista, a jornalista assim o descreveu “New Face” – o mais recente programa, traz de volta a irriquieta garota, comandando como gente grande, um programa destinado à extraordinária repercussão.”


Washington – E você chegou a gravar algum disco?

Alice - Sim, neste mesmo ano, a gravadora Fermata me contratou e gravei um compacto simples com as músicas “O Telefone” uma canção italiana de Nino Ferrer, com versão de Fred Jorge, e no lado B, também uma versão, feita por Lílian Knapp, (da dupla Leno e Lílian) que se chamava "1,2,3,4,5,6,7".

Washington – Nesta época você tinha um apelido muito carinhoso, como é que você era chamada ?

Alice –Talvez por eu ser franzina, todos me tratavam como “Alicinha”.


Washington – Pra finalizar como era a letra da música “O Telefone?”

Alice “Eu vou telefonar legal/ Alguém eu vou chamar/ Pra conquistar/ O Marquinhos é um amorzinho / O Erasmo usa o caderninho / O Roberto quando namora é papo firme e muito esperto/ O Serginho é um galã / O Eduardo não nego que é um pão/ O Ronaldo que é tão bom/ quando me chama esquenta o telefone. / Eu vou telefonar legal/ Alguém eu vou chamar /Eu vou discar/ Alô ?"




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Pelos Caminhos do Rock ...



Comecei a interessar-me pelo rock através do cinema - com James Dean ("Rebel Without Cause" / "Juventude Transviada") e Marlon Brando ("The Wild One" / "O Selvagem") interpretando jovens delinquentes, que embora não tivessem uma trilha-sonora rock n' roll, inovavam com sua atitude rebelde. Mas o rock só entraria mesmo no filme "Blackboard Jungle"  / "Sementes da Violência", que apresentava o envolvente "Rock Around The Clock" com Bill Haley & His Comets.
A partir daí, passei mais de 40 anos  coletando materiais sobre o assunto e principalmente o Rock Nacional. Em minhas pesquisas, conheci e fiz amizade com diversos artistas representativos de todas as vertentes do rock.
Em 1997 lancei pela Edicon a biografia "Nora Ney - A Pioneira do Rock no Brasil", onde para surpresa de muitos, relato a histórica gravação de "Rock Around the Clock" por uma intérprete feminina, comunista, cantora de fossa e que por mero acaso talvez, ou por seu bom inglês, tornou-se a primeira roqueira do país.
Mas a minha especialidade é a Jovem Guarda, principalmente os "esquecidos" pela mídia. Um pouco de meu acervo pode ser encontrado em programas que realizo no Youtube: www.youtube.com/washingtonmorais.
Agora venho através deste blog, reunir histórias, memórias  e entrevistas dos personagens que fizeram parte deste importante movimento musical dos anos 60.